COMÉRCIO |
CEASA volta a operar em Porto Alegre depois da inundação em sua sede |
Central operou de forma provisória no Centro de Distribuição das Farmácias São João em Gravataí |
Com a descida das águas de maio para a Lagoa dos Patos, na Zona Sul do estado gaúcho, o Lago Guaíba baixou seu nível. Com isso o centro da capital do RS e bairros adjacentes começaram a ter suas ruas e avenidas secas, reativando o comércio de todos os setores. A fase atual é de limpeza de vias, residências e empresas, tanto nas cidades como nas propriedades rurais também muito atingidas pela maior enchente da história do estado.
O setor hortifrutigranjeiro foi um dos mais atingidos na zona rural, mas não parou de fornecer produtos que foram salvos das enxurradas. Pra fazer a venda e distribuição dos produtos, os agricultores familiares utilizam o espaço da Ceasa, a Central de Abastecimento.
A Ceasa/RS ficou um mês afastada de sua sede no bairro Anchieta devido à inundação que atingiu o complexo, onde o nível da água chegou a 2,80 metros. Durante o período, a Central operou de forma provisória no Centro de Distribuição das Farmácias São João, no km 80 da Freeway, no município de Gravataí, na região metropolitana de Porto Alegre.
Na estrutura improvisada, foram comercializadas quase 11 mil toneladas de hortigranjeiros. Das 311 empresas atacadistas, 102 participaram em algum momento da Ceasa provisória, além de 460 dos 1.570 produtores cadastrados.
“Realizamos, num primeiro momento, uma operação emergencial com o objetivo de que o Rio Grande do Sul não sofresse desabastecimento de alimentos. A operação foi um sucesso, e a Ceasa garantiu não apenas o abastecimento, mas um local para escoar o que foi produzido no período. Agora vamos avançando no sentido de estabelecer a normalidade das operações”, afirmou o secretário de Desenvolvimento Rural, Ronaldo Santini.
O presidente da Ceasa/RS, Carlos Siegle de Souza, considera que a operação em Gravataí foi bem-sucedida. “O volume de comercialização pode ser considerado satisfatório, pelas condições do local. Afinal, foi quase a quantidade total que era possível de se comercializar ali, já que a área da nossa sede no Anchieta é dez vezes maior que a instalada provisoriamente”, explicou o presidente.
Após um mês de operação provisória, na cidade de Gravataí, a Central de Abastecimento do Rio Grande do Sul voltou a funcionar em sua sede no bairro Anchieta, em Porto Alegre, segunda-feira (17/6). No primeiro dia, o horário de funcionamento foi das 12h30 às 18h e, a partir de terça (18/6) nos horários regulares, com algumas restrições estruturais devido à falta de energia elétrica.
Entre as limitações estão a interdição temporária dos prédios administrativos e a impossibilidade de uso do Galpão de Não Permanentes (GNP), que necessita de uma avaliação estrutural.
Aos poucos a CEASA do RS vai voltando à normalidade, arrumando os galpões que são de suma importância para a comercialização dos produtos da agricultura familiar do estado. Porém ainda terá bastante trabalho até a sua plena recuperação. O local precisará de aproximadamente R$ 64 milhões em reformas para recuperação da estrutura danificada pela enchente.
Texto: Guilherme Granez, com edição de Júlia Soares/ Ascom SDR
Edição final: Vladimir Cunha Santos (AgroSul)